PL 659/17 que trata da criação de holding pela empresa preocupa entidades, trabalhadores e população. Presidente da Sabesp afirmou que não se trata de privatização
Com pedido de urgência e sem o devido debate com a sociedade foi apresentado em agosto pelo governador Alckmin, do PSDB, o PL 659/17, que dispõe sobre a reorganização societária da Sabesp, em outras palavras, cria uma holding – empresa gestora de participações sociais que administra conglomerados de um determinado grupo, ou seja, uma controladora.
O Sintaema e demais entidades representativas são contra o PL, haja vista que a política do governo Alckmin é baseada na entrega do patrimônio público à iniciativa privada.
Frente a esta ameaça o Sintaema se reuniu com o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, no dia 22 de agosto, e esteve na audiência pública que tratou do assunto na Assembleia Legislativa no mesmo dia.
O presidente da Sabesp afirmou, tanto na reunião com as entidades como na audiência pública que a Sabesp não será privatizada, e que a criação de holding tem como objetivo permitir a entrada de mais recursos para acelerar investimentos no abastecimento de água e principalmente na coleta e tratamento de esgoto, visando a universalização dos serviços.
“O governo continua sendo o controlador da Sabesp e será da holding também, portanto isso não implica em privatização”, afirmou o presidente.
O Sintaema acredita que o PL é uma grande “pedalada”. Como o governo não pode vender as ações da Sabesp que estão em seu poder (50,3%), vai criar outra empresa para transferir essas ações à iniciativa privada.
As entidades presentes na audiência e os deputados da oposição levantaram diversas questões quanto ao projeto, inclusive pedindo a retirada da urgência da votação para que o assunto possa ser mais esclarecido e debatido com a sociedade.
O Sintaema, como defensor do saneamento público de qualidade e dos direitos dos trabalhadores contestou o projeto:
“O que está em jogo é a questão Estado x mercado, onde o mercado visa o lucro e não o caráter social, e quem sai prejudicada é a população”, disse o presidente do Sintaema, Rene Vicente. “Somos contra a holding, queremos a Sabesp fortalecida como empresa do Estado”.
O presidente Rene também frisou a capacitação e profissionalismo dos trabalhadores e trabalhadoras da Sabesp, e que se não fosse o amplo conhecimento que eles agregam a empresa não teria superado a crise hídrica.
“Vamos lutar para que a Sabesp continue pública, é preciso aprofundar esse debate”, finalizou.
Juntos na luta! Não à privatização da Sabesp!
