A semana começou com a direção do Sintaema refletindo sobre o projeto de privatização geral de Tarcísio de Freitas e as consequências para a população de São Paulo. Em uma plenária de formação da direção do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), o presidente do Sindicato discutiu a agenda privatista do governo estadual, o apoio da gestão municipal e o como isso irá piorar da população, sobretudo a que mais precisa.
“Desde que tomou posse, Tarcísio de Freitas colocou em prática um projeto geral de privatização, que teve como destaque três projetos que representam muito isso: o projeto de privatização da Sabesp, o projeto que reestruturava a carreira do funcionalismo público o corte de R$ 10 bilhões da Educação. Isso não é por acaso, isso tem a ver com um projeto estruturante que está no centro da batalha cultural que travamos hoje”, afirmou o presidente do Sintaema para abrir o debate.
Ele ainda reafirmou que a luta do Sintaema, em conjunto com muitos movimentos sociais e diversas categorias de trabalhadores – com destaque para os metroviários, ferroviários e a base do Sinpeem -, é contra essa concepção de Estado mínimo.
“A gramática propagandeada por Tarcísio tem como essência destruir uma infraestrutura necessária para garantir acesso a direitos. Ela inviabiliza o caminho para o próprio avanço de conquistas já alcançadas. Sem falar que impede a construção de políticas públicas necessárias para a grande maioria da população, sobretudo a mais vulnerável”, destacou.
Ao destacar alertar sobre as falácias que sustentam o discurso de Tarcísio para privatizar a Sabesp, Faggian indicou que 305 municípios – aqueles que chamamos de municípios 300% – já possuem 100% de atendimento de água, 100% de coleta de esgoto e 100% de tratamento de esgoto. E os que restam, falta muito pouco para atingir a universalização do saneamento, que é o caso de São Paulo e a grande São Paulo, que por suas contradições que estruturais que fogem do âmbito da Sabesp – como é o caso das comunidades que não possuem regularização fundiária -, o saneamento ainda precisa ser completado”, esclareceu o presidente do Sindicato.
A população vai pagar a conta
Faggian ainda lembrou das consequências do projeto privatista para os trabalhadores e trabalhadoras e para a população de forma direta.
“Além do aumento da tarifa, que foi uma consequência das privatizações em qualquer lugar no mundo, há também uma consequência direta na prestação de serviço. Basta ver o que aconteceu com a energia, quando a Enel assumiu o serviço demitiu milhares de trabalhadores (cerca de 40% do seu quadro técnico) e o que significou isso: a Enel ser a campeão em reclamações, aumento abusivo da tarifa, um serviço péssimo de atendimento, e o caos quando São Paulo atravessou temporais”, lembrou.
Ao final, ele defendeu que a luta hoje contra esse modelo de sociedade, que vem embutido no projeto de Tarcísio, passa também pela forma como a classe trabalhadora se organiza para a luta política.
“Precisamos entender que a batalha eleitoral é condição para mudar essa realidade. Precisamos luta para eleger vereadores [em 2024] e deputados [em 2026] que atuem em favor de quem de fato produz a riqueza do nosso país: os trabalhadores e trabalhadoras”, defendeu.