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Sintaema repudia demissões de companheiros do Sindágua-DF

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Os companheiros do Sindagua-DF, que representam os trabalhadores da CAESB estão sofrendo retaliações por parte do governo do Distrito Federal por causa da luta empenhada em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra a privatização do saneamento, bandeiras estas amplamente defendidas também pelo Sintaema.

Em greve desde o dia 16 de maio, os companheiros do Sindágua estão tentando combater os ataques do governo às liberdades políticas e sindicais, inclusive com demissões, perseguições a dirigentes sindicais e grevistas.
De acordo com os companheiros do Sindágua-DF, o quadro vem se tornando crítico desde a greve durante a Copa do Mundo.

O Sintaema, como defensor dos direitos dos trabalhadores e combatente ferrenho à privatização dos serviços públicos repudia com veemência esta prática comum de governos privatistas em perseguir os trabalhadores que lutam por seus direitos.

Segue o manifesto desses trabalhadores que estão sofrendo perseguições.
Respeito à liberdade sindical! Respeito aos trabalhadores! Companheiros e companheiras do Sindágua-DF, estamos juntos nesta luta!

Manifesto em Defesa do Saneamento Público

Apesar de ser óbvia a constatação da necessidade do acesso à água potável e do saneamento básico para o ser humano, somente em 2010 as autoridades internacionais tomaram a medida de reconhecer enquanto direito humano, diante dos dados mundiais alarmantes.

Segundo a ONU, são 748 milhões de pessoas sem acesso a fontes confiáveis de água potável no mundo, mais de 2,5 bilhões sem saneamento básico, e cerca de 1,5 milhão de crianças menores de cinco anos mortas todos os anos por doenças relacionadas à potabilidade da água e à precariedade dos serviços de saneamento básico.

Diferentemente do que se divulga a população, o consumo doméstico não é o vilão do desperdício de água, mas sim o agronegócio que consome aproximadamente 70% de toda a água potável. Enquanto isso, o uso doméstico é de apenas 10%. Embora blindado pela grande mídia, o setor da agricultura que é visto pela ONU como alvo prioritário para as políticas de controle racional de água. Tal setor, cada vez mais monopolizado pelo Agronegócio, tem perda de 60% da água utilizada nos projetos de irrigação, por fenômenos como a evaporação. Segundo o órgão, uma redução de 10% nesse desperdício poderia abastecer o dobro da população mundial dos dias atuais.

A solução que tem sido apontada para o problema do saneamento no Brasil e no mundo é a privatização nas suas mais diversas facetas: Concessão, Parceria Público-Privada (PPP), Terceirização, Abertura de Capital etc. Todavia, a tendência mundial nos países desenvolvidos caminha no sentido contrário, ou seja, de acabar com a privatização da água (Jornal El País, 15/Jun/2015).

Ficou comprovado o fracasso do saneamento privatizado. Entre as grandes capitais que acabaram com privatização do saneamento, destaca-se a capital da França, Paris, que é o berço das poderosas Empresas Multinacionais Suez e Veolia, que dominam o mercado da água no mundo. Todavia, o governador do DF, Rollemberg, e seu primo e presidente da Caesb, Mauricio Luduvice, têm constantemente tentado privatizar a Caesb. Luduvice chegou a declarar inclusive que quer ser dono da Caesb, usurpando-a da população.

O mundo precisa investir apenas 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) global de 2010 durante cinco anos, para universalizar o acesso à água tratada e ao saneamento, segundo o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos 2015. Em países em desenvolvimento, o investimento pode trazer um retorno estimado entre US$ 5 e US$ 28 por dólar investido em saneamento. Entretanto, a aparente solução fácil esbarra nos interesses do Capital e sua elite, que não passa de 1% da população, mas detém riqueza acumulada superior à dos 99% restantes. (Oxfam, 2016).

Investir na melhoria da gestão da água e serviços de saneamento significa redução da pobreza e o crescimento econômico, para maioria da população, com a melhoria dos serviços de saúde e redução das despesas com doenças. Porém isso não é visto pela elite mundial como algo vantajoso e que gere lucro fácil e vultuoso.

Assim, pelo direito ao saneamento, saúde e vida da população, conclamamos todos a lutarem por um saneamento público e de qualidade, orientado para os interesses da maioria da população, e não geração de lucros. Água é Vida, e não é mercadoria!!!

JUNTOS NA LUTA!