Nesta quarta (13), a direção do Sintaema se reuniu com o novo presidente da Fundação Florestal (FF), Mario Montavani, e apresentou sua pauta de em defesa da categoria, pelo fortalecimento da Fundação e pela garantia de preservação do meio ambiente no estado.
Entre os muitos pontos problematizados na conversa, o presidente do Sintaema destacou algumas pautas: a desvalorização de anos dos trabalhadores e trabalhadoras da FF, a precatização brutal que atinge os guarda-parques, a terceirização e a ameaça de privatização do PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira).
“Apresentamos nossa pauta de luta em defesa da FF e da categoria e alertamos sobre o desmonte de anos dessa importante empresa e a condição de precarização brutal da categoria. Paralelo a isso, relatamos nossa ação no último dia 9 de abril, em Iporanga, em defesa da PETAR e denunciamos a forma açodada com que o governo tem conduzido o processo de concessão, inclusive desconsiderando as diversas comunidades quilombolas e indígenas que vivem no Parque”, relatou o presisente do Sintaema, José Faggian.
Sobre o processo de concessão, Faggian reiterou que “na verdade trata-se da privatização de uma área de preservação que abriga a maior porção de Mata Atlântica no Brasil, reconhecida pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Ou seja, um projeto que repete a política de Jair Bolsonaro de destruição geral do meio ambiente”. E emendou: “o Sintaema está em luta contra a privatização do PETAR e contra o projeto de desmonte da Fundação Florestal“.
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Faggian lembra dos impactos que uma privatização pode causar ao Parque e para a população e é assertivo quando indica que “ao invés de privatizar, o governo deveria investir mais na Fundação, abrir concursos, valorizar o quadro funcional. Visto que, se há interesse da iniciativa privada é porque há no PETAR muita expectativa de ganhos. E por que não ser o Estado, os trabalhadores e a população a usufruir disso?”, questionou.
Ao criticar o processo de desmonte da Fundação e o avanço da terceirização na empresa, os diretores do Sintaema voltaram a denunciar a situação dos guarda-parques que realizam seu trabalho de forma muito precária, sem os equipamentos necessários, sem segurança e com quadro muito reduzido de trabalhadores. “É urgente a solução para essa situação. São muitas as denúncias que chegam ao sindicato”, indicaram os direitos do Sintaema.
O Sindicato também mostrou interesse em saber, no detalhe, como se dará o convênio da Fundação Florestal com a Bracell – empresa de celulose – e se ele garantirá, por exemplo, melhores condições de trabalho para os trabalhadores e trabalhadoras da Fundação no enfrentamento da extração iligal de palmito nas reservas ambientais.
Posição da Fundação
Ao comentar a situação do PETAR, o presidente da FF afirmou que, mesmo sendo favorável a concessão, o processo de começou errado. “Tenho uma ampla experiência de trabalho na região, irei tomar pé das coisas e ver o que pode ser feito neste caso. Mas, minha posição é pela concessão do Parque”.
Sobre a cobrança do Sindicato referente à situação de desvalorização, precarização e insegurança da categoria, Mario Montavani concordou que a situação é insustentável e que vai mapear o cenário para ver como conduzir para um caminho de melhoria deste quadro.
Campanha Salarial
Dando prosseguimento a luta na campanha salarial, a direção do Sintaema já deixou agendada com o presidente da Fundação Florestal nova reunião para o dia 18 de abril, na qual haverá o aprofundamento da negociação da pauta aprovada pela categoria.