A privatização do setor energético segue deixando um rastro de descaso e destruição ambiental. A concessionária Rio Paraná Energia S.A., que assumiu a operação da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (SP) em 2016, deveria reflorestar 6.427 hectares de área degradada, mas até agora recuperou míseros 235 hectares – apenas 3% do total necessário. O que era uma obrigação legal virou um escândalo ambiental.
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Diante disso, e após ação da sociedade civil organizada, o Ministério Público Federal (MPF) está processando a empresa para garantir que o compromisso seja cumprido, mas a realidade escancara o verdadeiro problema: o lucro vem antes do meio ambiente e do interesse público.
Só em 2023, a Rio Paraná lucrou R$ 2,2 bilhões, mas se recusa a investir na recuperação da vegetação ciliar. Enquanto isso, as consequências da destruição ambiental recaem sobre a população, que enfrenta a degradação dos rios e da qualidade da água.
Privatiza que piora!
Esse cenário reforça o que o Sintaema vem denunciando há anos: a privatização do setor energético e dos serviços públicos essenciais beneficia poucos, enquanto trabalhadores e população pagam a conta. O mesmo modelo de desmonte aplicado na energia está sendo imposto ao saneamento e ao meio ambiente, colocando em risco não só os empregos, mas também o acesso da população a serviços básicos de qualidade.
A comparação com a Usina de Itaipu – empresa de direito público internacional -que já recuperou 34 mil hectares por meio de uma política de reflorestamento planejada e bem executada, deixa claro que quando há compromisso com o interesse público, as soluções acontecem. Mas, quando empresas privadas assumem o controle, a lógica do mercado se sobrepõe ao bem-estar coletivo.
O Sintaema segue firme na luta contra a privatização da água, do saneamento e do meio ambiente, denunciando os abusos e exigindo que a justiça seja feita. Não vamos aceitar que os serviços essenciais sejam transformados em fonte de lucro para poucos, enquanto a população e os trabalhadores pagam a conta da destruição!
Água e energia são direitos, não mercadorias! Privatização é retrocesso!
Fonte: MPF