
A tragédia anunciada no abastecimento de água do Rio de Janeiro escancara o que já sabemos: privatização não é sinônimo de eficiência, muito menos de acesso universal ao saneamento.
Desde que a Cedae foi privatizada em 2021, moradores enfrentam um caos crescente — contas de água mais caras, cortes injustificados, multas abusivas, calçadas destruídas pelas empresas e dias sem água nas torneiras. A população, especialmente a mais pobre, sofre com o descaso e a desorganização provocada pelas concessionárias privadas.
Esse cenário catastrófico é resultado direto da política de concessões implementada pelo governo, apoiador de Jair Bolsonaro, que entregou um serviço essencial à sede de lucro de grupos financeiros. Hoje, os cariocas enfrentam um sistema confuso, mal regulado e operado por empresas que pensam primeiro em dividendos e depois — ou nunca — na dignidade do povo.
Reclamações no Procon do Rio de Janeiro
Segundo dados prublicados pelo Procon Carioca, em janeiro deste ano, as reclamações de falta de água aumentaram 37,28% entre 2023 e 2024, subindo de 5.789 para 9.231. Para atender a demanda, o órgão lançou um canal exclusivo para denúncias.
Os consumidores podem registrar as queixas no site. As denúncias serão analisadas por uma equipe, que encaminhará as reclamações às empresas e acompanhará o andamento da resolução. Além disso, essas denúncias servirão para embasar notificações e possíveis multas.
São Paulo segue pelo mesmo caminho
É exatamente essa “receita” que o governador Tarcísio de Freitas vem aplicando em São Paulo com a privatização da Sabesp.
Mas o povo paulista não vai aceitar calado. O Sintaema está em alerta total e seguirá lutando com todas as forças para impedir que o direito à água e ao saneamento se transforme em mercadoria nas mãos de fundos de investimento.
O que está em jogo é a saúde, a segurança hídrica e a qualidade de vida da população.
O Sintaema seguirá denunciando os impactos da privatização da Sabesp e organizando a resistência em defesa da água pública. Exigimos transparência, participação popular e a retomada do controle público do saneamento, como já fizeram cidades como Paris, Montevidéu e Buenos Aires. Em todo o mundo, cresce a tendência de remunicipalização dos serviços, após experiências desastrosas com empresas privadas.
O povo de São Paulo não pode pagar por um projeto de desmonte. A água é um bem público, um direito de todos e todas — e nós vamos defender isso até o fim.
Sintaema na luta! Em defesa do saneamento para todos e por soberania hídrica para todos e todas.