Esta foi a manchete do jornal Folha de São Paulo de domingo (13), onde o governo federal diz que sem a venda das empresas públicas para a iniciativa privada não será possível alcançar a universalização do serviços.
Segundo a matéria, o Ministério da Economia fez um estudo mostrando que pode faturar cerca de R$ 140 bilhões com a venda de 100% do capital das estatais, inclusive a Sabesp, que teria o maior valor de mercado, atingindo R$ 44,9 bilhões em caso de venda de 100% das ações.
Vale ressaltar que o estudo não considera as dívidas das empresas e que, portanto, teria que descontar os débitos.
Empresas estaduais de 22 estados foram avaliadas no estudo que calculou primeiro os valores que as estatais teriam com a venda de 49% das ações (mantendo o controle) e os valores alcançados com a venda do capital total.
Por isso o governo quer que seja aprovado o novo marco legal do setor para facilitar a entrega à iniciativa privada.
O Sintaema, bem como todo o coletivo contra a privatização do saneamento sabe que a privatização do setor não é a solução para esse problema complexo, e sim mais investimentos públicos, porque a iniciativa privada quer lucros, e estamos falando de um setor que precisa do olhar pela ótica social, com total interface com a saúde pública.
“Tem algumas áreas que não interessam ao mercado, e a simples privatização não é a solução. Cada estado tem sua estratégia”, afirmou o presidente da Aesbe (Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento), Marcus Vinícius Fernandes Neves, em entrevista à Folha na matéria.
O projeto de lei 3261/19 continua em trâmite em Brasília e o Sintaema estará na capital federal amanhã (15) para acompanhar o último seminário sobre o assunto e lutar, junto com as demais entidades e parlamentares contrários à privatização do saneamento contra mais esta tentativa de desmonte do setor.