Cerca de 600 mulheres sem terra ocuparam a Sede da Nestlé, em Minas Gerais, na manhã de ontem (20).
A mobilização exemplar dessas mulheres de luta se deve ao anseio voraz do presidente ilegítimo Temer em entregar a nossa maior reserva de água subterrânea, o Aquífero Guarani, à Nestlé.
Em janeiro o presidente ilegítimo se reuniu com o presidente da Nestlé para tratar da exploração do Aquífero.
Conforme matéria da Revista Forum, a Nestlé controla 10,5% do mercado mundial de água, está instalada em São Lourenço, em Minas, desde 1994, quando comprou as fontes e o Parque das Águas de São Lourenço. De acordo com a matéria, desde 1997 a população local denuncia a exploração dessas águas minerais que, antes de serem privatizadas, eram amplamente utilizadas para tratamentos medicinais.
As marcas de água São Lourenço e a Purelife, da Nestlé, são provenientes dessas fontes, inclusive a Purelife foi comercializada por anos sem licença estadual no governo Aécio Neves (PSDB), que presenteou a empresa com a autorização, segundo a Revista Fórum.
Porém, uma ação civil pública contra a Nestlé apurou que além de abrir ilegalmente o Poço Primavera e gerar a seca da fonte magnesiana, a água produzida também era ilegal. A Nestlé fazia a retirada de todo o minério do líquido através de um processo químico, para em seguida adicionar sais minerais de sua própria patente.
Ou seja, é uma exploração mercantilista e predatória de nossos recursos, e tudo sob o consentimento de governos entreguistas que atendem com chapéu na mão a iniciativa privada.
Não é segredo para ninguém que este governo privatista quer entregar toda a riqueza do nosso país à iniciativa privada, inclusive nossas águas, conforme Temer anunciou no Fórum Mundial da Água.
Por isso o FAMA está sendo o contraponto a esse fórum corporativo, que atende aos interesses das grandes conglomerações e multinacionais, está a serviço do “deus” mercado.
As mulheres sem terra, que estão na Jornada Nacional de Lutas, estão de parabéns pelo exemplo de resistência contra esta tentativa de entrega deslavada do aquífero que, embora abranja quatro países da América do Sul, sua maior parte encontra-se no Brasil.
Todos juntos na luta contra a privatização das nossas águas!