Para o cientista social Michael Löwy, grande pensador marxista e diretor de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), na França, “não pode haver revolução sem os camponeses”. E, na questão ecológica, junto com esses povos, os indígenas, estão na linha de frente das lutas socioecológicas, “porque são as primeiras vítimas do processo de destruição da natureza”. Destaca também o papel de vanguarda das mulheres e da juventude nessas lutas em todo o mundo.
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Além disso, Löwy diz que é fundamental que os trabalhadores da cidade e do campo entrem nessa luta. Nesse sentido, conta que “existem, dentro dos sindicatos, cada vez mais, correntes que vão se apropriando da ecologia” e cita exemplos no Brasil e na França, principalmente.
Mas, segundo Löwy, “um processo de transformação radical desse tipo só é possível se a grande maioria da população estiver convencida e comprometida nessa luta”. E, para isso, afirma que é preciso conquistar a maioria da população, que são as classes trabalhadoras.
Sobre as questões contemporâneas, Löwy diz que é necessário um outro tipo de socialismo, “um socialismo mais democrático, libertário e ecológico”. De acordo com o pensador, o ecossocialismo do século XXI, “ao mesmo tempo que retoma as melhores tradições revolucionárias do socialismo, se separa do peso da experiência soviética, do socialismo real, que, do ponto de vista ecológico, não foi positivo”.
Fonte: Jornal USP