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Alta dos alimentos | Por que a comida está tão cara?

A ida ao mercado tem sido tema de pauta em todas as rodas de conversa seja em casa, seja no trabalho. O preço dos alimentos no Brasil segue uma escalada que pesa cada vez mais no bolso da população, sobretudo do trabalhador e da população que mais precisa.

Enquanto a propaganda do agronegócio exalta recordes de produção e exportação, a realidade é que a comida no prato da população nunca esteve tão cara.

Mas quais são as verdadeiras razões para isso? Confira 10 pontos que explicam os motivos do seu café está tão caro:

1. Exportar vale mais do que alimentar o Brasil

Os produtores preferem vender para fora do país, onde os preços estão mais altos. Com isso, a oferta no mercado interno diminui, e os preços sobem. 

2. Inflação alimentar global e especulação

O preço dos alimentos cresce no mundo há 18 anos, impulsionado não apenas por fatores climáticos, mas também pela especulação financeira. Produtos como café, milho e soja são negociados no mercado futuro, ou seja, vendidos antes mesmo da colheita, criando um ciclo de alta constante.

3. Falta de política de estoques reguladores

Desde 2016, foi projeto de Michel Temer e Jair Bolsonaro enfraquecer a política de estoques públicos de alimentos foram desmontados, deixando o Brasil vulnerável a oscilações de preço.

Para se ter uma ideia, em setembro de 2020  – em plena pandemia – Bolsonaro fechou de 27 unidades armazenadoras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Graças a esse demsonte e sem estoques reguladores, a gestão Lula tem tido muita dificuldade em agir evitar aumentos abusivos.

4. Mudanças climáticas e impacto na produção

Secas, enchentes e temperaturas extremas afetam safras e reduzem a oferta de alimentos. No entanto, a falta de investimento em medidas de adaptação climática no campo torna o problema ainda mais grave.

5. Desmonte de programas de abastecimento

A política de compra direta de alimentos da agricultura familiar foi desmontada em 2016 e só retomada em 2023. Durante anos, o governo federal deixou de comprar produtos para distribuir a população de baixa renda, favorecendo a especulação dos grandes produtores.

7. Juros altos favorecem especuladores e travam a produção

O mercado financeiro pressiona pelo aumento dos juros para “controlar a inflação”, mas isso prejudica o acesso ao crédito para pequenos e médios produtores, que poderiam garantir mais alimentos para o mercado interno.

8. Insumos cada vez mais caros

A herança de destruição semeada por Temer e Bolsonaro não para de fritificar, graças a essa dupla privatista o Brasil perdeu três fábricas de fertilizantes que ficavam na Bahia, Sergipe e Paraná. Com o demoste, país passou a importar da Rússia. Com isso, hoje, o Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes utilizados na produção agrícola. No caso dos insumos com potássio, o percentual chega a 96%.

E não para por aí. Com a privatização da Petrobras, graças a Jair Bolsonaro, o país também importa gasolina a preços determinados pelo mercado internacional.  

9. Tributação injusta sobre alimentos básicos

Enquanto o agronegócio recebe subsídios, os produtos da cesta básica continuam pagando altos impostos. A falta de uma política eficiente de desoneração para os alimentos essenciais afeta diretamente a população mais pobre.

10. Falta de priorização da agricultura familiar

Apesar de ser responsável por uma parcela significatiova do que vai pra mesa da população, a agricultura familiar recebe menos incentivos do que o agronegócio exportador. Sem apoio, pequenos produtores têm dificuldades para expandir sua produção e garantir preços mais acessíveis.

Qual o caminho para baixar os preços?

Os especialistas são unânimes: é preciso retomar políticas públicas voltadas à soberania alimentar. Isso inclui fortalecer os estoques reguladores, investir na agricultura familiar, melhorar a infraestrutura logística e criar mecanismos para conter a especulação no mercado de alimentos. Enquanto o lucro das grandes corporações seguir como prioridade, a população continuará pagando caro para se alimentar.