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Confira o prejuízo imposto à população com a privatização da Linha Amarela do Metrô

Foto: Reprodução/Twitter

O arquiteto, urbanista e influenciador digital Alex Sartori, do canal “De que são feitas as cidades?”, demonstrou em vídeos publicados nas redes sociais o impacto causado aos cofres da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP) pelas privatizações do transporte público do Estado.

Sartori mostra que os contratos da privatização do metrô paulista favorecem as empresas e o descaso com a população que sofre com um transporte precarizado, com inúmeras falhas diariamente.

“Agora imagina uma empresa que em dois anos aumentou o lucro em mais de 400% mesmo que as vendas tenham diminuído em 27%. E que esse lucro em 2021 foi de quase R$ 1 bi. Essa é a ViaQuatro, empresa que opera a linha 4 amarela do metrô de São Paulo. Enquanto isso, o metrô estatal teve um prejuízo de mais de R$1 Bi em 2022”, diz Sartori, quando explica o contrato péssimo das empresas com o governo do estado.

“As empresas privadas são muito mais eficientes do que as estatais’… Não, não são. Esses resultados a ViaQuatro conseguiu basicamente com o dinheiro dos seus impostos. Mesmo que você não use nem o Metrô, nem a Linha 4 Amarela. A ViaQuatro tem um contrato de concessão patrocinado com o governo do estado de São Paulo. Isso significa que o governo pode apoiar com dinheiro a empresa privada. Ela recebe dinheiro de quatro formas diferentes”, continua Alex.

O vídeo de Sartori, foca na estrutura da tarifa cobrada no transporte sobre trilhos e como ela é organizada. Da mesma forma, todo o dinheiro arrecadado com a venda de crédito do bilhete único, que é a principal forma de pagamento do transporte público em São Paulo, vai para uma conta única chamada ‘conta centralizadora’. De lá, esse dinheiro é dividido em ordem entre as empresas. Primeiro, as de ônibus pela SPTrans. Depois da ViaQuatro Amarela, aí ViaMobilidade que opera a linha cinco lilás, de novo ViaMobilidade que opera as linhas de esmeralda e diamante e, por fim, só o que sobra no final fica pro Metrô e para a CPTM dividir entre elas, o que só prejudica o transporte estatal.

“Em 2022, a linha amarela recebeu R$ 4,45 por passageiro transportado e o metrô estatal recebeu só R$ 0,36. Até 2019, o metrô estatal recebia mais de R$ 1 BI nessa divisão. Mas em 2022, essa quantia foi de menos de R$ 300 mi. E olha que o metrô estatal tem quase 5 vezes mais passageiros do que a linha amarela’, diz o vídeo.

conta-centralizadora

“Isso acontece porque cada linha tem uma tarifa de remuneração, que é diferente da tarifa pública, que é o valor que a gente paga na catraca. Na linha amarela, tem dois valores. Para quem é passageiro exclusivo, é R$ 6,32 e para quem faz integração é metade disso. Desde 2022 até 2037, eles ainda recebem quase R$ 0,40 por fora dessa divisão, que é uma das três multas que o governo do Estado está pagando para eles: uma porque demorou pra cortar as linhas de ônibus e duas porque as obras atrasaram”, continua.

“Agora sim, quem entra num contrato desse? você paga toda a construção da obra e se você atrasar a obra, você ainda tem que pagar uma multa por isso, uma pessoa que sai do Capão Redondo, vai até Pinheiros, lá vai pegar a linha 5 Lilás, a linha 9 Esmeralda e a 4 Amarela, todas elas privatizadas e cada empresa vai receber a sua tarifa de remuneração. Isso vai dar no total R$ 9,25. Mas a pessoa só vai pagar uma vez R$ 4,40. Isso vai dar uma diferença de R$ 4,85. E de onde que sai essa diferença? Das tarifas de quem usa o metrô estatal. Já faz um tempo que o metrô percebeu que isso ia dar ruim, então eles fizeram um acordo com o governo do Estado em 2015 e outro em 2022, para que o governo cobrisse uma parte dessa diferença. Só que nos últimos anos, o governo não tem passado todo o valor que prometeu”, informa Sartori.

“Assim, este é o roteiro de todas as privatizações. Primeiro deixa faltar dinheiro, depois sucateia o serviço e depois faz uma campanha contra aquele serviço que tem que privatizar porque a empresa privada sabe cuidar melhor do que a empresa estatal”, finaliza o urbanista.

Fonte: Hora do Povo