O Cerrado está agonizando. É o que aponta estudo da plataforma SAD Cerrado, desenvolvida pelo Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Segundo o estudo o bioma já perdeu para o desmatamento 27 milhões de hectares nas últimas quatro décadas —uma área do tamanho do estado do Tocantins – cenário que, para os cientistas, impacta diretamente à dinâmica hídrica nacional.
O Cerrado é um dos 5 grandes biomas do Brasil, cobrindo cerca de 25% do território nacional, com presença em Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, oeste de Minas Gerais, Distrito Federal, oeste da Bahia, sul do Maranhão, oeste do Piauí e porções do Estado de São Paulo.
Em 2023, o bioma vem sofrendo uma média de 150 alertas diários de desmatamento. A maior causa é a conversão da floresta nativa em lavouras de soja, milho, cana e algodão.
As pesquisas também aponta que o desmatamento, a superexploração das águas pela agropecuária, que usa pivôs centrais e bombas de sucção, também está rebaixando os lençóis freáticos.
O Gráfico abaixo mostra o reflexo do desmatamento na região da Matopiba – região formada por áreas majoritariamente de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
No oeste da Bahia, região que vem batendo recordes seguidos de desmatamento conforme o Prodes Cerrado, que indica devastação ao Urucuia, um dos aquíferos mais importantes do bioma.