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Antes da greve, governo rebate aliados e nega recuo de cortes na educação

RESUMO DA NOTÍCIA

  • Em abril, o novo ministro da Educação, Weintraub, disse que bloquearia parte de recursos de universidades
  • Universidades de 26 estados e do DF convocaram manifestações para amanhã; algumas escolas particulares de SP também aderiram
  • Líderes partidários reunidos com Bolsonaro hoje e do próprio PSL disseram que o presidente pediu para cancelar o congelamento
  • Em nota, a Casa Civil do governo diz que o “cancelamento do contingenciamento” não procede
  • Ministro da Educação foi convocado para explicar cortes no setor nesta quarta-feira

Horas antes do que se projeta como a primeira grande greve do governo Bolsonaro, aliados e máquina pública batem cabeça nesta noite e divulgam informações contraditórias sobre os cortes orçamentários no Ministério da Educação (MEC).

“O presidente Jair Bolsonaro ligou para o ministro Abraham Weintraub na nossa frente e pediu para rever [os cortes]. O ministro tentou contra-argumentar, mas não tem conversa”, afirmou ao UOL o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO).

O Ministério da Educação e a Casa Civil do governo negaram a informação — confirmada por quatro líderes partidários, incluindo o PSL do presidente Bolsonaro.

No meio desse impasse, manifestações em universidades e escolas públicas continuam agendadas para esta quarta-feira (15) em 26 estados e no Distrito Federal.

A Câmara de deputados convocou o ministro Weintraub para explicar os cortes no setor também amanhã.

Vai ter corte na Educação? Quem diz que sim

O Ministério da Educação: “O Ministério da Educação esclarece que a informação [de que os cortes foram suspensos] não procede”, escreveu a pasta em nota.

A Casa Civil: “Não procede a informação de que haverá cancelamento do contingenciamento no MEC. O governo está controlando as contas públicas de maneira responsável”, afirmou por mensagem após publicação de primeira versão desta reportagem.

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP): “Atenção! O ministro da Educação, com quem estou agora, garante que o contingenciamento nas Universidades permanece. Informação confirmada pela Casa Civil e pelo nosso ministro Paulo Guedes. O Governo Jair Bolsonaro sabe o que faz. O resto é boato barato”, escreveu no Twitter.

Vai ter corte na Educação? Quem diz que ouviu o Bolsonaro dizendo que não mais

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO): “quem disser que não é verdade está mentindo. A Casa Civil é atrapalhada. A Casa Civil e a Joice estão desmentindo o presidente da República. Eu não sou mentiroso. Eu não sou cego, nem surdo nem mudo. Eu vi o que o presidente falou. E é o que eu te disse”, declarou após MEC e Casa Civil o contradizerem.

Líderes partidários de outras três bancadas que estiveram reunidos com o presidente Bolsonaro. Deputado Capitão Wagner (PROS-CE), que estava na reunião. “Não vou admitir, sendo aliado do governo, ser chamado lá no Palácio do Planalto, para tratar de uma questão séria como essa, presenciar o presidente da República pegar um celular, ligar para o ministro na presença de vários líderes de partidários – tava lá o líder do PROS, o líder do PV, o líder do Podemos, o líder do governo, o líder do PSL, e com todas as letras o presidente disse que agora o corte está suspenso”.

Parlamentares falam em boato criado pelo governo Após a divulgação de informações contraditórias por parte do MEC — a quem cabe a decisão de manter ou cancelar cortes no orçamento das universidades — e por aliados, deputados se manifestaram e falaram em “boatos” criados pelo próprio governo. “Quem criou o boato? Foi o governo, que voltou atrás e depois voltou atrás de novo. Recuou duas vezes. Espero que os demais parlamentares que estavam na reunião amanhã possam indagar o ministro da Educação se ele recebeu ligação telefônica do presidente. Porque ou o ministro está mentindo, ou o presidente não ligou para ele. Será que o presidente forjou a ligação na nossa frente? Tenho certeza que não”, afirmou o deputado.

Com informações de uol.com.br