De acordo informações do Procon do Rio de Janeiro, após a privatização do saneamento naquela estado, as denúncias de contas abusivas e aumentos sem explicação explodiram.
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Entre as várias denúncias dos usuários da empresa Águas do Rio está o do morador da cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Mário José Sodré, de 63 anos, que indicou que a partir de janeiro deste ano iniciou uma saga contra a empresa ao receber uma conta de água de R$ 1.869,67.
Sodré vive em uma residência de dois quartos com sua esposa e filho e sua conta, referente ao mês de janeiro de 2023, indicou o consumo de 84 metros cúbicos de água, o equivalente a 84 mil litros. Para comparação, 84 caixas de mil litros cada supera a soma do que pode ser transportado em mais de cinco carros-pipa de 5 mil litros cada um ( 80 mil litros).
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Sodré não concorda com o que foi cobrado e diz que não tem condições de pagar isso. “Não tenho como pagar isso. É alto demais. O valor da conta deu um salto inexplicável. Entre junho e outubro, paguei por mês, no máximo, R$ 209,18. Em novembro, passou R$ 415,41. Em dezembro para R$ 416,26. E agora, para mais de R$ 1,8 mil. Isso estar errado. A gente não gasta isso nunca”, relata ele.
Segundo o Procon-RJ, o crescimento no número de queixas contra a concessionária Águas do Rio é de, 454%, comparado os dois primeiros meses de 2023 com o mesmo período de 2022. Somente em Janeiro de 2023, a concessionária teve 442 mil interações com usuários.
A maioria das reclamações registradas indica a alta abusiva das tarifas após a mudança da Cedae – privatizada no início de 2021 – para o grupo Águas do Rio, aumento após a troca de hidrômetros, contestações de valores feitos por estimativa, falta de verificação do medidor, e multas aplicadas sob alegação de fraude, negada pelos consumidores.
Para o Sintaema, o caso do Rio de Janeiro é exemplar e comprova o objetivo da privatização: garantir lucro e não garantir o acesso a um serviço essencial, como é o saneamento.
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“A privatização da Cedae foi um crime contra a população do Rio de Janeiro. Temos acompanhado a situação e há relatos de contas de ultrapassam os R$ 8 mil. Aqui, Tarcísio de Freitas quer aplicar a mesma receita, mas seguiremos firmes e em luta para garantir a Sabesp pública. Precisamos evitar que o povo paulista seja privado do acesso à água como ocorre hoje no Rio”, reafirma a direção do Sindicato.
Privatização, não!