Um estudo recente do World Resources Institute (WRI) revela um dado impactante: cada dólar investido em ações de adaptação climática pode gerar até dez dólares em benefícios econômicos, sociais e ambientais ao longo de uma década. A pesquisa analisou 320 iniciativas em 12 países, totalizando US$ 133 bilhões em investimentos, com um potencial de retorno estimado em mais de US$ 1,4 trilhão.
O levantamento focou em investimentos direcionados à gestão de riscos climáticos físicos, como o desenvolvimento de agricultura mais resiliente às mudanças do clima, a expansão de serviços de saúde preparados para eventos extremos e a proteção de áreas urbanas contra inundações. Um dos achados mais significativos é que metade dos retornos financeiros ocorre mesmo na ausência de desastres climáticos, demonstrando o valor intrínseco dessas ações.
Os benefícios, segundo o WRI, são diversos e se manifestam em três frentes principais: a redução de perdas evitadas por desastres; ganhos econômicos induzidos, como a criação de empregos e o aumento da produtividade; e melhorias socioambientais, como a conservação de ecossistemas e a promoção da saúde pública.
Além disso, quase metade das iniciativas analisadas também contribuiu para a mitigação das mudanças climáticas, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, o que pode ampliar o acesso a financiamentos climáticos e ao mercado de carbono.
Financeiramente, o retorno médio desses investimentos é de 27%, podendo superar 78% em setores como o da saúde. No entanto, o estudo aponta que apenas 8% das avaliações econômicas conseguiram estimar o valor monetário completo desses dividendos, indicando a necessidade de aprimorar os métodos de avaliação por parte de bancos de desenvolvimento e outras instituições financeiras.
O estudo do WRI, baseado no modelo do “dividendo triplo da resiliência” (TDR), oferece uma base de dados robusta e um chamado à ação. Esta pesquisa reforça a urgência e a viabilidade econômica de investir na resiliência climática, um tema central para os trabalhadores e trabalhadoras representados pelo Sintaema, que atuam diretamente nos setores de saneamento e meio ambiente, essenciais para a adaptação das cidades e do campo.
