
Um levantamento recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) escancara o que o povo trabalhador já sente na pele: o Brasil ainda é um país marcado pela exclusão e pela desigualdade estrutural. Segundo o estudo, 16,3 milhões de famílias vivem em moradias com algum tipo de inadequação, como falta de banheiro (3%), ausência de abastecimento de água pela rede pública (17%) e sem esgotamento sanitário (22%).
Esses dados revelam a realidade perversa de um modelo de sociedade capitalista que transforma tudo em mercadoria — inclusive o direito à moradia e ao saneamento. Enquanto poucos lucram com a especulação imobiliária e com a privatização dos serviços públicos, milhões de brasileiros sobrevivem em condições indignas, sem acesso a direitos elementares.
O estudo do Ipea mostra ainda que 78% das famílias afetadas são chefiadas por mulheres e 74,6% por pessoas negras (pretas e pardas) — evidenciando que a desigualdade no Brasil tem cor, gênero e classe social. A falta de banheiro, de água potável e de saneamento básico não é apenas uma estatística: é a expressão mais brutal de uma estrutura que perpetua o racismo, o machismo e a concentração de renda.
O custo estimado para resolver essas inadequações chega a R$ 274 bilhões, um valor inferior ao que o país gasta, por exemplo, em isenções fiscais a grandes empresas ou no pagamento da dívida pública — provas de que o problema não é falta de recursos, mas de prioridade política.
O Sintaema reafirma que saneamento é direito, não mercadoria, e que a luta por moradia digna, água limpa e esgoto tratado é também uma luta por justiça social e ambiental. Num país onde milhões vivem sem banheiro, o que está em jogo é o próprio sentido de humanidade — e a urgência de um projeto de desenvolvimento que coloque a vida acima do lucro.
💧 Sintaema na luta por um Brasil com dignidade, igualdade e saneamento para todos e todas.







