Este foi o tema dos debates desta manhã no 9º Congresso do Sintaema, que trouxe palestrantes com ampla visão das conjunturas internacional e nacional, mostrando o cenário em que os trabalhadores se encontram no momento diante da crise econômica.
Participaram dessa mesa o deputado federal Orlando Silva (PCdoB), João Pedro Stédile, do MST, Anselmo Santos, professor de economia da Unicamp, Daniel Gaio, da direção nacional da CUT, e do jornalista Miro Borges, do Instituto Barão de Itararé.
O debate propiciou a ampliação de conhecimentos para os participantes sobre crise econômica e política e levou subsídios para os grupos de trabalho que acontecem na parte da tarde.
“O ambiente é de instabilidade e incerteza, de paralisia, e é nesse ambiente que travamos uma luta em 2017 contra a agenda da elite. O projeto de terceirização aprovado é ainda pior que o anterior, uma generalização total, uma perversidade sem limites. Vamos construir uma greve geral no Brasil”. Orlando Silva
“A burguesia se apropria dos recursos naturais, do patrimônio público, e tentam realinhar nossa economia aos EUA, porém esse último projeto falhou com a vitória de Trump, que não quer saber da América Latina”. João Pedro Stédile
Todos os debatedores foram unânimes em afirmar que somente com unidade e luta dos trabalhadores pelos movimentos sindicais e sociais será possível reverter esse cenário, uma vez que as pessoas que apoiaram o golpe estão se contrariando nos próprios interesses.
“A burguesia pegou o Estado com o golpe, mas eles têm problemas, divergências. Estão todos raivosos porque não conseguem um plano econômico para tirar o país da crise, a própria pequena burguesia já diz “Fora Temer”, que é um governo fraco, corrupto, impopular e seu prazo de validade já está vencido, os fatores que o sustentaram já não existem mais”, enfatizou Stédile.
Para os debatedores, se os trabalhadores tiverem a capacidade de amplificar o movimento das lutas de massa aumentam as chances de parar esse governo e abrir um novo ciclo, já que as mobilizações dos dias 8 e 15 de março mostraram a disposição de lutar contra as propostas de reformas do governo entreguista.
“Neoliberalismo não combina com democracia, e a burguesia não preserva a democracia. Não é uma ditadura, mas estamos vivendo um estado de exceção. Querem enfraquecer os sindicatos com o projeto do fim da contribuição sindical. Um dos desafios da classe trabalhadora é a unidade de movimento sindical e social, isto será fundamental para garantir a mobilização, uma greve geral. E se derrotarmos a reforma da previdência esse governo cai, construir uma ampla frente para o Brasil que queria discutir reforma política, judiciária, e da mídia, onde a Rede Globo controla corações e mentes” – Miro Borges.
O presidente Rene Vicente encerrou os debates da manhã frisando a luta dos companheiros da Cedae, no Rio de Janeiro, que são a bola da vez na lista deplorável de privatização do saneamento anunciado pelo governo Temer.