Privatização da Sabesp virou dor de cabeça para Tarcísio de Freitas. A conta sempre chega para que coloca seus interesses pessoais acima do direito do povo.
A privatização da Sabesp, vendida pelo governador Tarcísio de Freitas como a “jóia da coroa” de sua gestão, virou justamente o oposto: um dos maiores focos de desgaste político às vésperas de 2026.
Relatórios internos do próprio governo, obtidos pela imprensa via Lei de Acesso à Informação, mostram que a operação tem gerado forte impacto negativo na imagem do governador. A avaliação das redes e das pesquisas qualitativas é clara: piora no serviço, aumento de reclamações e desconfiança generalizada da população, sobretudo das regiões mais vulneráveis.
E fica ainda pior. A partir de janeiro de 2026, a população já começa a sentir no bolso o resultado da privatização: a conta de água ficará mais cara com aumento autorizado por Tarcísio de 6,11%. O aumento autorizado pela Arsesp, somado aos mecanismos tarifários criados especialmente para agradar os investidores da Faria Lima, empurra para o consumidor o custo da privatização.
Enquanto Tarcísio tenta maquiar os problemas da nova Sabesp, é a família trabalhadora que paga a fatura — literalmente.
Para o Sintaema, nada disso é surpresa. Desde o início, o Sindicato denunciou — em audiências, atos, conversas com parlamentares e mobilizações de rua — que Tarcísio escolheu colocar seus interesses pessoais e de grandes grupos econômicos acima do direito da população à água de qualidade, ao esgoto tratado e à gestão pública responsável.

A aprovação da PEC, marcada por repressão policial e pelo atropelo do debate democrático, foi o símbolo mais claro desse projeto que ignorou alertas técnicos, riscos operacionais e o impacto direto sobre milhões de pessoas.
Os dados agora confirmam o que o Sintaema denunciou:
– Reclamações contra a Sabesp bateram recorde, com 1.651 queixas somente em outubro — o maior índice desde 2011.
– Cortes noturnos de água se espalham pela Grande São Paulo.
– A conta aumentou para milhares de famílias.
– E a população teme, com razão, que o caos vivido na Enel se repita no saneamento.
Mesmo diante desse cenário, o governo tenta manipular percepções, chegando ao ponto de envolver publicitários e institutos de marketing político para “reposicionar” a imagem da nova Sabesp — enquanto a realidade nas ruas mostra exatamente o contrário.
O Sintaema reafirma: privatização não é solução, é retrocesso. O serviço público foi desmontado para satisfazer interesses do mercado e alimentar projetos eleitorais, sacrificando a segurança hídrica, a qualidade do atendimento e a capacidade de planejamento de longo prazo. Quem paga a conta é o povo — especialmente a parcela mais vulnerável, que hoje sofre com desabastecimento, atendimento precarizado e tarifas mais altas.
Em um momento de crise hídrica e aumento de eventos climáticos extremos, o saneamento deveria ser tratado como política de Estado — não como plataforma de negócios.
A luta do Sintaema segue firme para reverter esse processo, defender trabalhadores e trabalhadoras e garantir que o direito à água e ao saneamento continue acima de qualquer projeto pessoal ou eleitoral.








