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Privatização avança, e o direito à água fica em segundo plano em Minas Gerais

Foto: Copasa/Divulgação.

A decisão recente do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3), que rejeitou o pedido do Sindágua-MG por diferenças na PLR da Copasa e ainda condenou o sindicato por “má-fé”, é mais um retrato da ofensiva política e judicial que busca enfraquecer as entidades representativas dos trabalhadores e abrir caminho para a privatização do saneamento em Minas Gerais.

Enquanto o governo Zema corre para aprovar na Assembleia Legislativa a PEC que elimina a necessidade de referendo popular para a venda da Copasa, o que se vê é uma tentativa de silenciar a resistência sindical e social contra a entrega de um patrimônio público essencial.

Por trás da disputa judicial, o que está em jogo é o modelo de gestão da água. A Copasa, empresa pública que há décadas garante o abastecimento e o tratamento de esgoto para milhões de mineiros, está sendo preparada para o mercado — onde o lucro vem antes do direito humano à água.

A condenação do sindicato, amplamente divulgada pela mídia empresarial, serve de cortina de fumaça para desviar o foco do verdadeiro problema: o desmonte do saneamento público em Minas Gerais.

Privatizar significa submeter a água, bem comum e essencial à vida, à lógica do lucro. E a experiência internacional é clara — onde há privatização, há aumento de tarifas, piora na qualidade dos serviços e exclusão das populações mais pobres.

O Sintaema se solidariza com o Sindágua-MG e repudia toda tentativa de criminalizar a luta sindical. Defender o saneamento público é defender a soberania, o meio ambiente e o direito à vida.

A água não é mercadoria. É um direito. E seguiremos lado a lado com os trabalhadores e trabalhadoras do setor para garantir que ela continue nas mãos do povo.