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O uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil tem gerado consequências devastadoras para o meio ambiente e para a saúde da população. Nos últimos anos, a expansão do uso de drones para a pulverização de veneno ampliou ainda mais os riscos, afetando diretamente trabalhadores rurais, comunidades tradicionais e os mananciais que abastecem nossas cidades.
De acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o número de drones registrados para disseminação de agrotóxicos saltou de 674 para 7.312 em apenas dois anos. Essa tecnologia, que deveria ser utilizada com critérios rigorosos, tem sido empregada de forma irresponsável, atingindo áreas habitadas e contaminando cursos d’água essenciais para a sobrevivência de milhares de pessoas.
A situação é alarmante. Relatórios da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revelam que o número de ataques com pulverização de veneno em comunidades rurais e quilombolas aumentou drasticamente, com uma média de um ataque por dia em 2024. Além do impacto direto na saúde dos trabalhadores do campo e para os alimentos que chegam à mesa da população são graves.
“Temos relatos do avanço das intoxicações e doenças respiratórias. Os agrotóxicos escorrem para os lençóis freáticos, poluindo rios e represas. Esse ciclo de contaminação compromete a qualidade da água consumida por milhões de brasileiros, colocando em risco toda a cadeia ecológica”, alerta a direção do Sintaema.
A direção do Sindicato destaca que o avanço da pulverização aérea – agora facilitada pelos drones – evidencia a necessidade urgente de um modelo de agricultura sustentável e seguro, que proteja não apenas os trabalhadores e comunidades rurais, mas toda a população que depende de um meio ambiente saudável.
O Sintaema segue na luta contra a destruição dos mananciais e contra a contaminação da água, reforçando a importância da fiscalização das grandes corporações do agronegócio.
A água é um direito, não uma mercadoria. Defender os rios, os mananciais e a vida é uma responsabilidade coletiva!