Referência em privatização dos serviços públicos, a Thames Water – empresa de saneamento que atende 16 milhões de clientes em Londres e no sudeste de Inglaterra – se firma como uma experiência falida e se encontra afundada em dívidas bilionárias e em crimes ambientais.
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Além do péssimo serviço prestado, a empresa decidiu que seria a população que precisaria pagar essa conta com um aumento absurdo de 40% nas tarifas. Para reverter essa situação de calamidade, o Parlamento inglês já estuda a reestatização dos serviços de água e esgoto.
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Tarifa cara e explosão da poluição
Além de querer aumentar a conta da população, a Thames Water anunciou no último mês que não irá investir no controle da extravasão de esgoto. A empresa se recusa a participar de um plano de investimento de 180 milhões de libras (R$ 1,14 bilhão) para contribuir com a redução da poluição das águas superficiais inglesas.
Reestatizações e remunicipalizações pelo mundo
As reestatizações de serviços públicos ao redor do mundo, incluindo os de distribuição de água, somam 1.609 desde o ano 2000 até 2023, de acordo com levantamento do banco de dados Public Futures (futuros públicos; publicfutures.org), coordenado pelo Instituto Transnacional (TNI), na Holanda, e pela Universidade de Glasgow.
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Cidades como Paris e Berlim estão reestatizando o saneamento após o fracasso das privatizações. Em Portugal, a reestatização do fornecimento de água em Setúbal fez as tarifas caírem 20% em geral e 60% na tarifa social.
De acordo com o relatório da TNI, essas reversões têm sido motivadas por problemas reincidentes em experiências de privatização e parcerias público-privadas (PPPs), como serviços inflacionados (tarifas abusivas), falta de transparência e investimentos insuficientes.
Um exemplo concreto é o da cidade Paris (França). Lá as tarifas de água aumentaram 174% com a privatização; Berlim, subiram 24%; e Jacarta, capital da Indonésia, a tarifa triplicou, quando um processo judicial movido por cidadãos obteve uma primeira vitória judicial para anular contratos com o setor privado.
“O trágico cenário mundial é mais um motivo para o governador Tarcísio de Freitas desistir da privatização da Sabesp. É um projeto que vai na contramão do mundo. Será ruim para a população, para os trabalhadores (as), para o meio ambiente. Água é um direito não é mercadoria”, afirmou a direção do Sintaema.
Confira o estudo!
reclaiming_public_servicesPrivatização, não!
Queremos a Sabesp pública!
*Texto com informações do Portal Outras Palavras