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Águas subterrâneas estão ameaçadas pela degradação dos campos naturais

O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com a engenheira florestal Giselda Durigan, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Ambientais do Estado de São Paulo e professora dos Programas de Pós-graduação em Ciência Florestal, na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), e em Ecologia, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Giselda estuda regiões de Cerrado e Mata Atlântica, com foco na ecologia de ecossistemas e na ecologia aplicada à conservação e restauração ecológica.

Na entrevista, a pesquisadora fala sobre os campos naturais, bioma pouco conhecido, mas “severamente ameaçados”, e afirma que, embora o bioma seja mais reconhecido pelo valor turístico, devido às suas paisagens, e pela contemplação da natureza, seu “papel mais importante, para a humanidade, é o papel na produção de água”.

“Grandes vítimas da degradação”, as plantas pequenas fazem parte da vegetação típica desse ecossistema. São elas que absorvem a água das chuvas, a vegetação rasteira, evitando que a água escorra pela superfície; “essa água infiltra e vai recarregar as reservas subterrâneas e garantir nascentes perenes”, conta Giselda.

O Brasil é a única savana do mundo que tem rios perenes, afirma a pesquisadora, informando que “nos campos de altitude, das chapadas, do cerrado e rupestres, a água que infiltra ao longo das estações chuvosas recarrega as reservas o ano inteiro”, abastecendo o País.

Mas, garante Giselda, trata-se do bioma está mais ameaçado, pois, depois que uma área de campo natural é convertida em agricultura, “é quase impossível fazer o caminho de volta e restaurar a vegetação que existia antes”. É que esses campos são “áreas naturais em que as árvores são ausentes, ou muito raras”, e caracterizadas por “estas plantas pequenas” que possuem grande biodiversidade.

Fonte: Jornal da USP