As mulheres sempre estiveram presentes nas lutas importantes da nossa história desde a origem do nosso. Hoje, 24 de fevereiro, dia que marca os 90 anos da conquista do voto feminino, é uma data para reafirmar a luta das mulheres através de gerações.
Ao longo do século XX, elas deram diversas contribuições para a construção do país. Durante a ditadura, participaram do movimento estudantil, de partidos políticos, sindicatos e organizações clandestinas, desafiando o papel de passividade e domesticidade que a sociedade da época lhes atribuía e enfrentando o machismo espalhado em toda sociedade.
Na década de 1970, mulheres das periferias da Zona Sul de São Paulo, por exemplo, iniciaram um grande movimento popular no Brasil. O Movimento Contra o Custo de Vida, também conhecido como Movimento Contra Carestia, foi um dos maiores movimentos populares do nosso país, organizado principalmente por mulheres pobres.
Esse movimento teve sua origem nos clubes de mães, criados em 1972 dentro das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica. “As mães da periferia de São Paulo, que mais sentem a realidade da vida, vêm pedir aos senhores que tomem providência para baixar o custo de vida, porque o Brasil é uma terra tão rica e as mães choram na hora de pôr a panela no fogo pra fazer a comida pros filhos”. É assim que tem início o documento que deu origem ao movimento!
Avançando no tempo, agora em 2018, as manifestações Ele Não em repúdio ao candidato a presidente Jair Bolsonaro, que se espalharam por diversas cidades brasileiras e muitos países no mundo, foi considerada a maior manifestação de mulheres na história do Brasil.
Durante a Pandemia também foram elas que estiveram na linha de frente não só no combate da pandemia, mas também nos primeiros atos por vacina no braço e comida no prato.
Agora, após dois anos de pandemia, mais de 645 mil mortos por Covid-19 e a explosão do desemprego, milhares passam fome e os preços dos alimentos não param de subir: “Em um ano, o quilo do arroz subiu 70%, o feijão preto, 51%; a batata 47%; a carne, 30% e o óleo de soja, 87%”, são as mães das periferias quem mais sentem o impacto da carestia e do custo de vida.
Não é à toa que hoje há iniciativas de diversos movimentos de mulheres de diferentes matizes políticas e ideológicas que tem como bandeira única: a defesa da vida, o combate à violência, o enfrentamento da fome, emprego e renda dignos.
Não restam dúvidas que a luta pela melhoria da qualidade de vida, pelo saneamento básico, contra a fome, é uma luta feminista! No momento em que a fome avança sobre o nosso país, é fundamental resgatar a história das corajosas mulheres que desafiaram, durante séculos e em diferentes localidades do globo, as situações adversas e as transformaram em luta e mobilização.
Por tudo isso, no 8 de Março, o Sintaema estará mais uma vez ao lado das mulheres de São Paulo em defesa de um projeto que rompa com a espiral de violência contra as mulheres e por um projeto de sociedade que garanta igualdade, emprego e renda para todas e todos.
Pela vida das mulheres, Doria e Bolsonaro nunca mais!