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Editorial – Qual será o futuro da Sabesp?

É preocupante até aqui, o desenrolar acerca das discussões sobre a permanência da SABESP nos municípios por ela operados onde os contratos venceram ou estão por vencer. Afora a providência de aditamentos contratuais, verifica-se por um lado, que o governo estadual e a direção da empresa não se empenham com o afinco e incisividade que uma questão tão complexa e importante como esta exige. Este comportamento deixa nítido que a Sabesp não estabeleceu objetivo claro e não se estruturou para isto, conotando-se forte grau de descaso, principalmente quando se trata de pequenos municípios. Por outro lado, não raro, o mesmo sintoma se detecta nas audiências que realizamos com os prefeitos. Percebe-se que eles também não se prepararam para o embate. Com frequência abordam os seguintes pontos: o trabalho pretérito, quando dizem reconhecer a qualidade dos serviços prestados e a capacidade dos técnicos, o que, diga-se de passagem, é muito importante; frisam sempre o contencioso histórico referente à relação e tratamento ruins dispensado pelas direções da empresa ao longo do tempo; e consideram o valor das tarifas muito alto. Quando, porém a discussão é remetida ao futuro, os Prefeitos vislumbram, antes de tudo, que se sacramente, num possível contrato, vantagens econômicas e financeiras para o município, sejam de maneira direta ou indireta. Neste ambiente de incertezas, torna-se impossível estabelecer qualquer tipo de estratégia consistente e meios para atingi-la, conseqüentemente as negociações não evoluem e é impossível prever qual será o desfecho. Mediante esta situação, urge a necessidade da interferência do Governo do Estado, que deve postar como o principal interessado em promover e garantir a saúde e qualidade de vida da população através da SABESP da qual o governo é acionista majoritário. E ao mesmo tempo o Governo deve botar termo a qualquer tipo de especulações, e evitar que a SABESP se desvie de sua missão e se transforme, neste processo, num balcão de negócios. O SINTAEMA, a partir de resolução congressual, tem feito um esforço medonho buscando contribuir sob a ótica dos trabalhadores do setor em quais bases deve-se estabelecer um novo contrato, que a rigor consiste em resgatar a Sabesp da lógica privada a que foi submetida e transformá-la efetivamente numa empresa pública, prestando serviço público de qualidade, universalizado e com controle social. Por esta causa, os trabalhadores já paralisaram suas atividades; realizaram atos, protestos; entregaram carta aberta à população. A direção do sindicato participou de audiência com dezenas de prefeitos e vereadores, concedeu entrevistas em rádios, jornais, TV. Em resumo: O SINTAEMA e seus representados estão na luta fazendo a sua parte. É preciso que o Governo do Estado e a direção da empresa cumpram com as suas, de maneira mais ousada e conseqüente. Caso contrário, corre-se um grande risco de amargamos o definhamento da SABESP.