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Luta – A quem interessa o fim dos Sindicatos?

O Brasil vem passando por momentos extremamente difíceis, a direita, representante do capital financeiro e dos patrões,  dominou os três poderes  e quer destruir todo o conjunto de direitos da classe trabalhadora que foi conquistado ao logo da história com muita luta, suor e sangue.

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Depois do golpe que ignorou 54 milhões de votos dos cidadãos que elegeram legitimamente a presidente Dilma e colocou em seu lugar um presidente privatista, entreguista e que serve aos interesses do empresariado e dos banqueiros, os trabalhadores têm sido constantemente ameaçados por “PEC’s” que pretendem desmontar a CLT e jogar no lixo a Constituição cidadã de 1988, afastando dos trabalhadores o tão sonhado “estado de bem estar social” que muito timidamente começamos a experimentar nos últimos anos.

As reformas trabalhista e previdenciária, amplamente divulgadas pelo governo Temer, claramente levarão os trabalhadores a retrocessos gigantescos nos remetendo para antes da era “Getúlio Vargas” se forem aprovadas.

Neste contexto a maior defesa é a união e mobilização da classe trabalhadora, e isso somente é possível através dos sindicatos que organizam as categorias para que, juntas, possam enfrentar o capital financeiro e a burguesia mostrando sua capacidade de luta, daí a importância dos sindicatos na defesa dos direitos dos trabalhadores.

Agora, em um momento de maturação do golpe, os “filhos do Pato” precisam rapidamente liquidar a fatura, precisam implementar com máxima urgência a perversa agenda de reformas que jamais seriam aprovadas pelo crivo popular em uma eleição. Para isso precisam limpar “terreno” e eliminar todo e qualquer obstáculo que possa atrapalhar. Não há duvida que, mesmo com dificuldade, nesse sentido, quem mais vem incomodando e mobilizando a sociedade e principalmente os trabalhadores é o movimento sindical.

Como nada é por acaso, não é surpresa, ao menos para os mais atentos, que começa na mídia – tanto escrita, falada e televisiva- e nas redes sociais um grande ataque aos sindicatos, centrais, federações e confederações, tentando jogar todas estas instâncias de organização dos trabalhadores em uma vala comum adjetivando-as de corruptas e ladras, questionando sua legitimidade e procurando desmoralizá-las.

Antes de reproduzirmos algumas matérias que ouvimos ou recebemos pela imprensa e pelas redes sociais precisamos refletir a quem interessa aquela informação, quem se beneficiará dela. Precisamos sair da superfície das coisas senão corremos o risco de sermos usados como “massa de manobra”.

Por fim, sabemos que o movimento sindical tem problemas, mas será que o fim dele será mais útil aos trabalhadores ou ao capital e os patrões? Será que nesse momento de crise econômica e de ataque aos direitos da classe trabalhadora os que pregam o fim dos sindicatos sairão em nossa defesa ou aproveitarão para aprofundar ainda mais a exploração e a desregulamentação do trabalho?

Pense nisso! A quem interessa?

Um pouco de historia: as origens do movimento sindical

Com a revolução industrial, os moradores do campo que eram “servos” foram praticamente expulsos e obrigados a se mudarem para as zonas urbanas. Na Europa a partir do século 18 formaram-se duas classes principais e com interesses contrários: a burguesia e o proletariado. A origem do movimento sindical vem desse cenário, onde trabalhadores eram explorados com longas jornadas de trabalho que chegavam a 18 horas por dia, trabalho infantil e outras atrocidades. Crianças mutiladas devido a  exaustão física por dormirem em cima das máquinas, mulheres recebendo pagamentos muitas vezes menores em relação aos homens, que já recebiam quase nada e em condições extremamente insalubres e sem nenhum direito.

Foi na Inglaterra que despontaram as primeiras tentativas de organização e resistência dos trabalhadores para combater a exploração da qual estavam sendo submetidos.

Chamadas de “trade-unions”, as organizações virariam referências para os trabalhadores de outros países, transformando-se em sindicatos.

O avanço dessas organizações inglesas se deu em 1824, por uma lei do parlamento que permitiu às mesmas o direito a livre associação.

Com isso, as organizações iniciaram as negociações para o conjunto de trabalhadores, ou seja, o trabalhador não estava mais sozinho sob a pressão do patrão, e a partir daí surgiram as regulamentações com salários fixados para as categorias.

No Brasil, o movimento sindical foi aparecendo junto com as transformações econômicas no país que aos poucos mudava a economia agrária para um centro urbano e industrial, propiciando o surgimento do mercado interno, no final do século 19.

A primeira greve ocorreu em 1858, a dos tipógrafos do Rio de Janeiro, contra injustiças que vinham sofrendo e por melhorias salariais. Foi uma greve vitoriosa, e o exemplo fez com que demais categorias fizessem movimentos paredistas.

Desde então a historia do movimento sindical passa por diversos momentos e contextos diferentes, valendo a leitura de materiais sobre o tema para que se possa chegar à importância de ser sindicalizado, de pertencer a uma organização, fortalecendo sua categoria na luta por direitos e conquistas.

O Sintaema e os trabalhadores do saneamento e meio ambiente

Fundado em 1975, o Sintaema representa e defende os direitos dos trabalhadores do setor de saneamento e meio ambiente do Estado de São Paulo, uma categoria combativa da qual 14 mil trabalhadores são associados, trabalhadores que acreditam na entidade, apoiam e participam das lutas.

O objetivo do Sintaema é defender os direitos dos trabalhadores, ampliar conquistas, fiscalizar as condições de trabalho e cobrar dos empregadores mais valorização do quadro funcional.

Graças à união e mobilização dos trabalhadores, conseguimos manter a maioria dos empregos nas empresas, mesmo na situação adversa em que se encontra o país e o Estado de São Paulo.

Vencemos importantes batalhas, como o fim do salário regional na Sabesp, a manutenção dos trabalhadores da antiga Saned, a implantação do plano de carreira e PPR na Cetesb (embora precisem ser revistos), estamos numa luta incessante pelos trabalhadores da Fundação Florestal, conquistamos benefícios para trabalhadores das empresas privadas, denunciamos abusos por parte de chefias e cobramos providências, prezamos por boas condições nos locais de trabalho, enfim, é uma atuação que o sindicato faz com a seriedade e o engajamentos necessários e com o respaldo dos trabalhadores.

Vale ressaltar que o Sintaema sempre concorre às eleições da Sabesprev e elege representantes nos Conselhos para acompanhar de perto as mudanças e lutar pelo que for melhor para os participantes e assistidos;

Sintaema tem assentos em importantes órgãos para a categoria

Para contribuir no debate e defender o setor de saneamento e meio ambiente e seus trabalhadores o Sintaema tem assentos em órgãos como o Consema- Conselho Estadual de Meio Ambiente, Conesan- Conselho Estadual de Saneamento, Arsesp – Agência Reguladora de Saneamento de São Paulo, Gerco – Gerenciamento Costeiro e Comitês de Bacias Hidrográficas.

Por um país melhor

Além da atuação junto à categoria, o Sintaema apoia e participa dos importantes momentos da luta em geral, não se furtando de erguer as bandeiras em prol da população e da classe trabalhadora como um todo. Confira algumas das atividades públicas que o sindicato esteve presente:

Por uma Constituinte Exclusiva, Contra o assédio moral, Dia Mundial da Água, Frente Parlamentar em Defesa das Fundações Públicas, Dia da Mulher, Dia do Trabalhador, Ato contra a Ditadura, 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, Em Defesa da Petrobrás, apoio à luta dos metroviários contras as demissões de sindicalistas, apoio ao plebiscito pela reforma política, Atos contra a terceirização, em prol dos professores, Dia Nacional de Lutas, Movimento contra a instalação do aterro em Araçariguama, Marcha das Margaridas, Lançamento da Frente Brasil Popular, Ato em Defesa da Democracia, Ato contra o Imperialismo, Simpósio Sindical Mundial, Marcha Mundial do Clima, Compromisso pelo Desenvolvimento, Em defesa da democracia e contra o impeachment.

A luta continua!

Vamos dar início à campanha salarial dos trabalhadores com data-base em maio. Embora os trabalhadores não associados não reconheçam essa defesa do sindicato e a luta dos demais companheiros associados, o Sintaema acredita na conscientização de todos sobre a importância de fortalecer a entidade e continuar na luta por todos.