Intensificar a luta contra a privatização do saneamento
Em um momento no qual a privatização do saneamento está na agenda entreguista do governo ilegítimo de Temer, o 9º Congresso do Sintaema promoveu uma mesa de debates sobre o saneamento e meio ambiente no dia 25, segundo dia do evento, com a presença do historiador na área de Meio Ambiente da Unicamp, Luis Marques, do assessor de Saneamento da FNU e membro do Coletivo da Água, Edson Aparecido da Silva, e do Secretário Geral do Sintsama do Rio de Janeiro, Paulo Sergio Farias.
O governo golpista de Temer escancarou a possibilidade de privatizar todas as empresas de saneamento no Brasil e de suas águas subterrâneas, como o Aquífero Guarani. Como construir consensos e convergências dos atores que estão no setor em defesa do saneamento público foi um dos assuntos a ser colocado na pauta pelos trabalhadores do setor com urgência.
De acordo com as informações transmitidas com propriedade pelos palestrantes, um dos grandes desafios do Brasil no setor de saneamento é o tratamento de esgoto, hoje em 42,7%, e a redução das perdas de água. O setor privado perde mais água do que o público, ou seja, as privadas não são mais eficientes do que as públicas.
O dinheiro público está sendo usado para estudos e modelagens de como privatizar o saneamento. Enquanto o Brasil quer privatizar, os países que tiveram essa experiência estão voltando para a estatização, e os motivos são: danos ambientais, sucateamento dos serviços e aumentos de tarifas, entre outros.
Os dados são alarmantes sobre a situação do planeta devido a explorações, poluentes e mau uso dos recursos naturais, e não se vê a diminuição das causas. A cada ano esgotamos os recursos naturais, estamos ultrapassando a capacidade de renovação do planeta.
Confira algumas das principais citações dos palestrantes sobre os pontos colocados, como a situação do meio ambiente no mundo e a ameaça de privatização do setor:
“Levamos bomba na cabeça, fizemos greves, protestos, fomos ao Ministério Público, vamos para as ruas para barrar a privatização da Cedae e das demais estatais de saneamento. Vamos para Brasília contra a privatização da água. Não sairemos da luta!”, Paulo Sergio Farias.
“É fundamental a defesa do saneamento administrado pelo poder público ou não conseguiremos universalizar os serviços básicos. A iniciativa privada não faz nada se não for pela perspectiva do lucro”, enfatizou Edson Aparecido da Silva.
“Estudos mostram que 10% dos mais ricos do mundo são responsáveis por 49% da emissão de gases poluentes no planeta, e ele se aproxima de um colapso ambiental. O capitalismo é responsável por crises cada vez maiores no Meio Ambiente”. Luis Marques
O debate foi de extrema relevância e intensificou a necessidade de se colocar em prática as resoluções do Encontro Nacional de Saneamento, em outubro passado, no Rio de Janeiro, do qual o Sintaema participou e faz parte do comando unificado.
